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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Biblia Sagrada - Paulo em Atenas

Paulo em Atenas
Uma das passagens mais conhecidas da história da Igreja, relatada por Lucas no Livro dos Atos dos Apóstolos, é o discurso de Paulo em Atenas. Diante de um grupo de filósofos gregos, reunidos no Areópago (o tribunal de Atenas que funcionava na colina de Marte e tratava de legislação, religião e educação), o apóstolo fez, em seu discurso, referencia a um certo altar, dentre muitos na cidade, no qual jazia a inscrição AO DEUS DESCONHECIDO. Paulo disse a eles: Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio (At 17.23b).
O altar em questão possuía uma história interessante, a qual tanto Paulo quanto seus ouvintes conheciam bem. Conta-se que Epimênides (poeta do século 6 a.C., que vivia na ilha grega de Creta) fora convocado a Atenas quando os habitantes da cidade estavam sendo assolados por uma terrível peste. O Oráculo de Delfos (entidade a quem os antigos gregos recorriam para orientação) informara que havia um deus ao qual os atenienses não estariam agradando, e Epimênides saberia o que fazer.
O poeta cretense mandou que fossem construídos vários altares ali mesmo, naquela colina, e muitos sacrifícios de ovelhas ao deus desconhecido. A praga cessou, e, com o tempo, esses altares foram derrubados. Restou apenas um que lembrava aos cidadãos da cidade a existência desse deus.
Paulo estava convencido de que o deus de Epimênides era o próprio Deus, o Criador do Universo, e, naquele momento, diante dos sábios de Atenas, o apóstolo fez uma das mais claras e contundentes declarações contra a idolatria de toda a Bíblia: O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens. Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas (At 17.24,25).
Na imagem do alto da página, uma representação artística de Paulo em seu discurso diante de filósofos no Areópago; ao lado, foto da porta de entrada do tribunal
O Significado da Coroa
Os cristãos dos tempos do Novo Testamento estavam bem familiarizados com a prática esportiva, assim como com a premiação dos vencedores: uma coroa tecida com folhas de louro. Nos Jogos de Olímpia, os vencedores que tinham a honra de tê-las sobre a cabeça compartilhavam da glória dos deuses, a maior distinção que um ser humano podia atingir naquela sociedade. A cerimônia de premiação acontecia no último dia de competição, no mais alto patamar do templo de Zeus. A coroa era considerada sagrada, um sinal da bênção dos deuses sobre o laureado e um reconhecimento destes pelo empenho, dedicação e disciplina do atleta.
Por isso, Paulo exorta os crentes a viverem em santidade, abstendo-se das coisas da carne e refere-se de maneira direta à busca da glória humana: E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível (1 Co 9.25). O apóstolo compara os louros conferidos aos vencedores das competições terrenas - que, em pouco tempo, estariam secos - ao prêmio muito mais glorioso reservado aos salvos por Cristo, que durará por toda a eternidade.
Autor: Élidi Miranda (Colaboração de Paulo Cezar Soares)
Fonte: Revista Graça / Show da Fé, ano 4, nº 60 (www.ongrace.com)



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