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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

ELISEU FAZ FLUTUAR O FERRO DE UM MACHADO (2 REIS 6:1-7)

  
Eliseu faz flutuar o ferro de um machado


ELISEU FAZ FLUTUAR O FERRO DE UM MACHADO (2 REIS 6:1-7)

"E sucedeu que, derribando um deles uma viga, o ferro caiu na água, e clamou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado". (2 Reis 6:5)

O sucessor de Elias é colocado novamente diante de uma inusitada situação. Eliseu vai até o Jordão com os filhos dos profetas para pegar as "vigas" (toras de madeira para construções), e no cortar destas madeiras um deles deixa cair o ferro do machado no rio, causando uma não pequena preocupação, pelo fato de ser emprestado. E Eliseu, lançando uma madeira, fez nadar o ferro. O problema foi solucionado. Que lição nos passa este evento registrado pelas Escrituras?

"E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em
que habitamos diante da tua face nos é estreito". (6:1)

Os filhos dos profetas tinham a visão e a preocupação nas melhorias para o povo. O objetivo de "crescer" move a obra de Deus. Não se atua no Reino apenas porque outros o fazem, nem por ser uma mera obrigação, mas porque o crescimento da igreja é um fator relevante. "A igreja...crescia em número". (Atos 9:31)

"Vamos, pois, até ao Jordão". (6:2)

A iniciativa estava intrinsecamente ligada a vontade de trabalhar. Não basta ficar esperando a idéia se confirmar através de opiniões diversas, mas fazer acontecer! Quem fica a esperar pelos outros não tem um desejo profundo pela obra. ("Vamos") A unidade também era um baluarte na vitória.

"E disse ele: ide". (6:2b)

O aval de Eliseu libera os filhos dos profetas a cumprirem o propósito a qual foram inspirados. Eliseu não se deixa ser levado por nenhum sentimento de ciúme ou inveja, classificando a obra somente para os "mais velhos". Longe de todo tipo de preconceito ou complexo, Eliseu declara o "ide" que mais tarde Jesus viria comissionar todos os seus discípulos: "Ide por todo mundo". (Marcos 16:15)

"E disse um: Serve-te de ires com os teus servos. E disse: Eu irei". (6:3)

Os filhos dos profetas reconheciam a experiência de Eliseu, razão de convidá-lo a ir. Respeitava-o, não somente por ele ser um profeta, mas por Eliseu ser um homem veterano na obra, e um exemplar homem de Deus. O respeito e admiração ele conquistou não por ser o "mais velho", mas por sua sincera dedicação na causa do Reino. "Sou mais prudente que os velhos, porque guardo os teus preceitos". (Salmo 119:100)

"Ai! Meu senhor! Porque era emprestado". (6:5)

Os nossos dons são como ferramentas de trabalho, que nos são emprestados para o crescimento da obra de Deus. É preciso sempre vigilância e oração na seara. Um descuido e a queda é fatal. Na parábola dos Dez Talentos (Mateus 25:14-30) a condenação veio para quem "enterrou", ou seja, descuidou, não usou, ou usou de forma errada, de maneira que não produziu crescimento. O uso dos talentos tem que ser feito com muito cuidado. Nem devagar demais, nem forte demais, para que o "ferro do machado" não caia. Muitos usam de violência, pensando que assim irão obter respeito. O uso da força, sem sabedoria, pode destruir uma ferramenta. Trabalhando corretamente, usa-se menos força, e o resultado é sempre positivo. "Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade. Nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho". (1 Pedro 5:2,3)

"E disse o homem de Deus: Onde caiu?" (6:6)

Mesmo com todos os nossos defeitos, erros, falhas, mesmo que um de nós venha a cair, tropeçar, o Senhor da Ceifa quer nos devolver a ferramenta, e continuarmos a trabalhar. Ele quer que você confesse onde foi a sua queda, onde foi que você parou, e lhe devolver os dons, e assim continuar a desenvolver seus talentos. Busque de novo. Ore de novo.

"Então, ele estendeu a sua mão e o tomou". (6:7)

Agora só depende de você! Basta apenas que você busque. O Senhor Jesus, o autor da nossa redenção, já estendeu a madeira da cruz para reerguer a sua vida, para reerguer os seus dons novamente, e você voltar a ativa, com o mesmo potencial de antes, ou até maior. Há pessoas que citam frases conhecidas do tipo: "Quem caiu (pecou) nunca mais é o mesmo". Isso é mentira!!! Quando o filho pródigo retornou a casa a festa foi maior. (Lucas 15:11-32) Os maiores homens de Deus, registrados na Bíblia, caíram, pecaram, mataram, se arrependeram, caíram de novo, se arrependeram de novo, e foram usados poderosamente por Deus. Isso não é uma liberação para pecar a vontade, mas nos mostra que um arrependimento sincero traz o real perdão. Não devemos pecar nunca! Mas se pecarmos, temos junto ao Pai um advogado: Jesus Cristo. (1 João 2:1)

"Porque onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus". (Romanos 5:20)


Vulgata Latina - Matheus CP 2

2:1 cum ergo natus esset Iesus in Bethleem Iudaeae in diebus Herodis regis ecce magi ab oriente venerunt Hierosolymam 2:2 dicentes ubi est qui natus est rex Iudaeorum vidimus enim stellam eius in oriente et venimus adorare eum 2:3 audiens autem Herodes rex turbatus est et omnis Hierosolyma cum illo 2:4 et congregans omnes principes sacerdotum et scribas populi sciscitabatur ab eis ubi Christus nasceretur 2:5 at illi dixerunt ei in Bethleem Iudaeae sic enim scriptum est per prophetam 2:6 et tu Bethleem terra Iuda nequaquam minima es in principibus Iuda ex te enim exiet dux qui reget populum meum Israhel 2:7 tunc Herodes clam vocatis magis diligenter didicit ab eis tempus stellae quae apparuit eis 2:8 et mittens illos in Bethleem dixit ite et interrogate diligenter de puero et cum inveneritis renuntiate mihi ut et ego veniens adorem eum 2:9 qui cum audissent regem abierunt et ecce stella quam viderant in oriente antecedebat eos usque dum veniens staret supra ubi erat puer 2:10 videntes autem stellam gavisi sunt gaudio magno valde 2:11 et intrantes domum invenerunt puerum cum Maria matre eius et procidentes adoraverunt eum et apertis thesauris suis obtulerunt ei munera aurum tus et murram 2:12 et responso accepto in somnis ne redirent ad Herodem per aliam viam reversi sunt in regionem suam 2:13 qui cum recessissent ecce angelus Domini apparuit in somnis Ioseph dicens surge et accipe puerum et matrem eius et fuge in Aegyptum et esto ibi usque dum dicam tibi futurum est enim ut Herodes quaerat puerum ad perdendum eum 2:14 qui consurgens accepit puerum et matrem eius nocte et recessit in Aegyptum 2:15 et erat ibi usque ad obitum Herodis ut adimpleretur quod dictum est a Domino per prophetam dicentem ex Aegypto vocavi filium meum 2:16 tunc Herodes videns quoniam inlusus esset a magis iratus est valde et mittens occidit omnes pueros qui erant in Bethleem et in omnibus finibus eius a bimatu et infra secundum tempus quod exquisierat a magis 2:17 tunc adimpletum est quod dictum est per Hieremiam prophetam dicentem 2:18 vox in Rama audita est ploratus et ululatus multus Rachel plorans filios suos et noluit consolari quia non sunt 2:19 defuncto autem Herode ecce apparuit angelus Domini in somnis Ioseph in Aegypto 2:20 dicens surge et accipe puerum et matrem eius et vade in terram Israhel defuncti sunt enim qui quaerebant animam pueri 2:21 qui surgens accepit puerum et matrem eius et venit in terram Israhel 2:22 audiens autem quod Archelaus regnaret in Iudaea pro Herode patre suo timuit illo ire et admonitus in somnis secessit in partes Galilaeae 2:23 et veniens habitavit in civitate quae vocatur Nazareth ut adimpleretur quod dictum est per prophetas quoniam Nazareus vocabitu

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Jonas, o profeta missionário Jonas 4: 1-11

Jonas,
o profeta missionário

Jonas 4: 1-11
Ao estudar o livro de Jonas, percebemos que fora escrito com o propósito de lembrar o alto valor da pregação missionária. Deus não quer que ninguém se perca, mas deseja que todos venham ao arrependimento, II Pd 3: 9.
O nome Jonas significa “pomba”. Nasceu em Gate-Hefer, perto de Nazaré. Portanto, Jonas era galileu, bem com minúcias, procurando a glória de Deus e não a sua. Seu livro difere consideravelmente dos outros livros proféticos do A.T., visto que é inteiramente composto de narrativa.

Jonas foi chamado para pregar a Palavra de Deus em Nínive. Mas, a princípio fugiu. A fuga de Jonas não é diferente da atitude de muitos hoje. Israel tinha se afastado muito de seu chamado missionário original, pois deveria estar sendo uma luz de redenção para os povos, Gn 12: 1-3; Is 49: 6. Este livro é um sério apelo para a ação evangelística e missionária da Igreja, que foi chamada para proclamar a palavra.

I - O MUNDO CLAMA POR PROFETAS, 1: 1-2: 10

Nossa cidade, nosso país e o mundo clamam por pessoas que estejam dispostas a anunciar a Palavra e Deus quer levantar pregadores. Foi isso que ocorreu com Jonas.
a) O chamado - 1: 1-2 - O livro começa com um veemente chamado a Jonas e uma clara ordem para levar a Palavra à cidade de Nínive: “Levanta-te”. Nínive era uma grande cidade, capital da Assíria, às margens do rio Tigre, com uma população de mais de 120 mil pessoas, Jn 4: 11, conhecida pela sua corrupção, 1: 2.
O que desagradou o Deus de toda terra foi a “malícia que subiu” até Ele, 1: 2. Essa maldade incluía a idolatria e a extrema brutalidade contra prisioneiros de guerra além de forte imoralidade.
b) Um missionário desobediente, 1: 3 - Desobedecendo ao chamado, em vez de ir a Nínive, Jonas fugiu em direção a Társis. Como pode um homem imaginar poder escapulir dos planos do Senhor que tudo vê? Hb 4: 13.
c) Conseqüências da desobediência, 1: 4-17 - Obviamente a atitude de Jonas não ficaria sem retribuição:  Causou pavor e desespero aos marinheiros, 1: 4-11; provocou uma situação suicida, 1: 12-16; e ainda produziu o estranho acontecimento do grande peixe, 1: 17.
d) O clamor durante a calamidade, 2: 1-9 - A eficácia da oração tem sido comprovada nas mais diversas situações e Deus tem respondido a homens e mulheres que têm clamado dos mais variados lugares na face da terra, mesmo dentro do “ventre de um peixe”’, 2:  1. Deus miraculosamente manteve Jonas vivo por três dias no estômago do peixe. Por ser um fato verídico Jesus, usou o incidente do peixe que engoliu Jonas para ilustrar sua própria morte, sepultamento e ressurreição, Mt 12: 39-41.
e) O arrependimento de Jonas, 2: 10 - Jonas viu que estava fazendo tudo errado, v. 9. Arrependeu-se, percebeu que agia como um idólatra (ou ateu) e retomou o caminho da obediência, I Sm 15:  23.

II - UM MUNDO CLAMANDO POR MISSÕES

A segunda parte do livro mostra um novo Jonas, arrependido e disposto a cumprir o mandado missionário.
a)    O novo chamado, 3: 1-2 - Pela segunda vez o Senhor diz a Jonas “levanta-te”. Ele estava na praia, por certo ainda meio confuso com tudo que ocorrera, mas percebendo que não adianta fugir da obrigação de entregar mensagens duras. Os pregadores do
b)    Evangelho são semelhantemente convocados a proclamar todo o conselho de Deus, At 20: 27; II Tm 4: 2.  Devem pregar tanto a misericórdia quanto a ira de Deus; ou seja, o perdão e a condenação. Devem pregar de tal forma que as pessoas se voltem de seus pecados.
c)    b) O missionário obediente, 3: 3-4 - Nínive era importante por abrigar mais de 120 mil almas; essa era a preocupação e o seu valor para Deus, 4: 11. A submissão de Jonas pode ser vista por expressões significativas, tais como: “Levantou-se, ... e foi” , 3: 3; “começou Jonas a percorrer a cidade... e pregava”, 3: 4.
d)    c) Conseqüências da obediência, 3: 5-10 - A pregação de Jonas produziu resultados e os moradores de Nínive arrependeram-se de seus pecados. Houve, por um certo período, um retorno ao monoteísmo.
e)    Nessa fase aconteceram duas grandes pragas, nos anos 765 e 759 a.C., e um eclipse solar, em 763 a.C. Esses acontecimentos podem ter sido interpretados como sinais de julgamento divino e, portanto, preparado a cidade para receber a mensagem profética de Jonas. Como expressão visível de seu verdadeiro arrependimento, “eles jejuaram, vestiram-se de pano de saco”, 3: 5.
f)     d) Lição e censura a Jonas, 4: 4-11 - Quando Deus agiu, salvando ninivitas, Jonas ficou contrariado, v. 8, porque pensou na segurança política de Israel. É como se o pregador colocasse seus interesses pessoais à frente dos interesses do reino de Deus. Foi preciso que Deus o levasse a sentir o valor de uma alma. Se Jonas creu ser razoável irar-se por uma planta com a qual não contribuiu em nada para sua existência, como não dar lado para compreender o tão grande e poderoso amor de um Deus-Criador, que fízera com carinho e doçura cada criatura que estava naquela metrópole?
g)    e) Deus expressa seu amor por Nínive:
h)    1) O amor do Criador por seus filhos, embora tenham eles vivido em pecado e rebelião contra suas Leis, vai além de qualquer amor ou sentimento humano, Rm 5: 8.
i)     2) O amor de Deus pela humanidade estende-se para além de qualquer fronteira, até às pessoas perdidas em qualquer lugar. Esta verdade foi plenamente vista:  a) quando Deus enviou seu Filho Jesus para morrer por todas as pessoas, Jo 3: 16; e b) quando Jesus enviou os discípulos a todo o mundo para pregar o Evangelho e fazer discípulos de todas as nações, Mt 28: 18-20.
j)        A vocação da igreja é missionária.

Jonas: entre a justiça e a misericórdia

  
Jonas: entre a justiça e a misericórdia


Jonas: entre a justiça e a misericórdia

Jonas 1:1-3 Veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para longe da presença do Senhor.

A história do profeta Jonas tem momentos ao mesmo tempo dramáticos e curiosos, a começar por esta passagem quando é chamado pelo Senhor para ir à cidade de Nínive.

Nínive era a capital do império assírio, portanto, terra de gentios. As características do povo de Nínive apontavam para uma nação pagã, habitada por gente cruel e terrivelmente pecadora, com um detalhe: eram os assírios inimigos históricos do povo de Israel.

A missão do profeta Jonas era ir a esta cidade e pregar contra os seus pecados, anunciando-lhe o juízo de Deus sobre ela. A reação de Jonas parece engraçada, mais revela o quanto a missão que o Senhor lhe dava mostrava-se dura para ele. Jonas, então, vai para Társis, com a ingênua pretensão de fugir do alcance dos olhos de Deus, como se isso fosse possível!

Sendo Nínive como era, dá para imaginar como deve ter batido o coração de Jonas ao ouvir do Senhor qual seria a sua tarefa! Era como se os palestinos recebessem hoje a ordem de ir aos judeus e lhes pregar uma mensagem de arrependimento. Era como se pedissem aos judeus massacrados pelo holocausto que fossem aos nazistas alemães para lhes entregar uma profecia de Deus que poderia resultar na própria salvação dos seguidores de Hitler. Ou ainda como se fosse ordenado aos iraquianos que fossem promover a mudança de atitude dos americanos apenas com uma pregação de arrependimento. Era também com se falassem aos americanos para ir aos membros da Al Qaeda e lhes anunciar que precisavam voltar atrás em suas atitudes.

Todos sabem a história e, mesmo que tentasse fugir para Társis, após parar na barriga de um grande peixe, Jonas acaba em Nínive e, agora obediente à voz do Senhor, prega para aquele povo. Jn 3:4 narra: Começou Jonas a percorrer a cidade caminho de um dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.

Para a surpresa de Jonas, aquele povo pagão se arrepende dos seus pecados. O verso 5 do cap.3 diz: Os ninivitas creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor. Já o verso 6 mostra que aquela mensagem tocou também o coração de quem governava os assírios ninivitas: Chegou esta notícia ao rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou de si as vestes reais, cobriu-se de pano de saco e assentou-se sobre cinza.

Sinais externos que antes eram vistos apenas no povo escolhido de Deus passaram a ser contemplados no povo de Nínive, pois aqueles assírios proclamaram um jejum, vestiram-se em panos de saco e assentaram-se sobre cinzas.

O resultado do arrependimento dos ninivitas foi a misericórdia de Deus sobre eles, Jn 3:10 diz: Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez.

O resultado da sua própria pregação provocou em Jonas um sentimento de descontentamento. Jonas queria que a justiça de Deus fosse executada sobre aquele povo e não sua misericórdia, queria também que a sua profecia fosse levada à prática e não o perdão do Senhor. Afinal, os pecados daquela gente eram os mais cruéis, inclusive os cometidos sobre os concidadãos de Jonas. Ao orar a Deus, o profeta revela a razão pela qual não queria ir à Nínive: E orou ao Senhor e disse: Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver. ( Jn 4:2-3).

Jonas preferia a morte a ver aquele povo salvo. Na sua mente não era justo que gente que matou, violentou e humilhou seus irmãos judeus fosse salva, eles tinham mais é que morrer!

O profeta não queria ir àquela nação justamente porque sabia que Deus era clemente e misericordioso, ele não queria correr o risco de que os assírios moradores de Nínive se convertessem do seu mau caminho.

É incrível como este sentimento de Jonas permanece vivo em muitos corações ainda hoje! Não é difícil encontrarmos pessoas que defendem a morte para os criminosos, que pensam que a melhor solução seria exterminar do nosso meio aqueles que não se enquadram no nosso padrão de comportamento. Querem a justiça, não a misericórdia.

Não estou propagando que não devemos ansiar por justiça, mas estou querendo mostrar o quanto nós somos falhos em exercer misericórdia.

Você já parou para imaginar que nós somos como os assírios de Nínive: muito mais carentes da graça de Deus do que de Sua justiça? Você já pensou o que seria de nós se, em vez de misericórdia, o Senhor exerce sobre nós a Sua ira?

O profeta Jeremias falou que as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos (Lm 3:22), é em função de termos um Deus clemente que nós não perecemos!

A palavra misericórdia vem da junção de dois termos do latin que querem dizer miséria e coração. Isso nos mostra que Deus colocou seu coração nos miseráveis e a condição de pecadores nos faz assim, miseráveis. Paulo, ao mencionar a sua falibilidade, exclamou: ?Miserável homem que eu sou!...? (Rm 7:24 - ARC)

Enquanto justiça significa dar a cada um o que merece, misericórdia significa dar a cada pessoa o que ela precisa.

Jonas não conseguia entender que a graça de Deus se estende a todas as criaturas. Jn 4:6-11 conta-nos o seguinte: Então, fez o Senhor Deus nascer uma planta, que subiu por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre a sua cabeça, a fim de o livrar do seu desconforto. Jonas, pois, se alegrou em extremo por causa da planta. Mas Deus, no dia seguinte, ao subir da alva, enviou um verme, o qual feriu a planta, e ela se secou. Em nascendo o sol, Deus mandou um vento calmoso oriental; o sol bateu na cabeça de Jonas, de maneira que desfalecia, pelo que pediu para si a morte, dizendo: Melhor me é morrer do que viver! Então, perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da planta? Ele respondeu: É razoável a minha ira até à morte. Tornou o Senhor: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?

Esta passagem mostra que o profeta soube dá mais valor a uma árvore do que a quem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Deus, ao contrário, lhe mostrou que aquelas suas 120 mil criaturas em Nínive precisavam mais da misericórdia dEle do que da Sua ira.

Na oração do Pai Nosso Jesus nos mostrou que por recebermos graça, precisamos dar graça, por recebermos perdão, precisamos perdoar. Porque recebemos misericórdia da parte de Deus, devemos dispensar misericórdia àqueles que Deus ama tanto quanto a nós, ainda que no nosso olhar eles mereçam sofrer. É só lembrar que recebemos de Deus o nós precisávamos e não o que nós merecíamos.



Jonas, o Rebelde?


Jonas, o Rebelde?


Jonas, o Rebelde?

Creio que tudo o que está inserido na Bíblia tem, de uma forma ou de outra, algum proveito para nossas vidas. Paulo nos disse que toda a Escritura é inspirada por Deus e é proveitosa para ensinar, repreender, corrigir e instruir (2 Tm 3:16). Parece que um exemplo de desobediência como o de Jonas serve de consolo para nós e nos alivia a consciência de que não somos os únicos que erramos o alvo proposto.

Jonas inspira muitos sermões acerca da desobediência. Este livro de apenas quatro capítulos serve para diversos pregadores mostrarem sua eloquência e pregarem duros sermões. Diz o texto bíblico que Deus ordenou que Jonas fosse até a cidade de Nínive e pregasse contra o seu pecado. Nínive era capital da Assíria, nação poderosa e com um exército temível e terrível. Foi uma grande potência mundial no seu auge.

Os assírios, ao conquistarem determinado povo, o torturavam e massacravam. Eles pegavam seus novos escravos e arrancavam as orelhas, o nariz, dedos, etc. Chegavam a furar os olhos dos pobres coitados. Os soldados ninivitas tinham uma crueldade fora do comum. Misericórdia era uma palavra desconhecida. Seu intento era rebaixar ao máximo e humilhar as nações que venciam. E os assírios eram inimigos dos judeus. Agora imaginemos Deus se chegar a Jonas e mandá-lo pregar a este povo cruel, que tinha torturado e matado muitos do seu povo? O texto dá a entender que Jonas não tinha um conceito desenvolvido da onipresença de Deus e fugiu para a cidade de Társis. Ele achou que os olhos de Deus estavam somente sobre Israel.

Parece que satisfaz nosso ego encontrar alguém que tenha mais características ruins do que nós. Quando vemos assassinos diariamente nos noticiários, parece que nossos defeitos ficam um pouco escondidos. Como explanou o Rev. Caio Fábio em um de seus sermões: A sociedade não queria que o endemoninhado gadareno fosse liberto. Aquele homem fora dos padrões desviava a atenção para si, e os defeitos das pessoas mais normais ficavam escondidos. Aquele homem quebrava as correntes, mas se colocassem correntes mais fortes, uma hora quebraria os ossos dele, e não as correntes. Aquele homem poderia bater em 5, 10 ou até 15 homens, mas será que bateria em 100 homens? O endemoninhamento tem um limite. E o engraçado é que ele nunca morria de fome, com certeza alguém sempre levava uma comidinha para o endemoninhado continuar ali naquela situação. Não era interessante ele se tornar uma pessoa normal, por isso era melhor deixá-lo como estava, para que as pessoas da cidade sempre tivessem algo para comentar e seus defeitos não ficariam tão evidentes. Quando Jesus o libertou, pediram a Jesus que se retirasse da cidade. (Resumi o que ele disse com minhas próprias palavras).

É tão fácil falar da desobediência de Jonas, mas você faria diferente? Você pregaria para os assassinos de teus filhos? Evangelizaria o estuprador de tua irmã? Ou falaria do amor divino para pessoas que mutilaram alguém da tua família? Aí a nossa visão crítica sobre a fuga de Jonas começa a mudar. Não estamos justificando a atitude de Jonas, mas creio que ele teve motivos mais justificáveis para sua obediência do que nós para alguns de nossos pecados. O pregador que chama Jonas de desobediente muitas vezes é o mesmo que fica com inveja quando aparece outro pregador melhor. O crente que crítica Jonas por não ter pregado aos ninivitas em diversas vezes é o mesmo que quase nunca fala de Jesus para as pessoas. Cansamos de usar dois pesos e duas medidas. Deus queria mostrar pra ele que sua misericórdia supera quaisquer conceitos filosóficos, sociológicos ou até teológicos.

Embora tivesse tido justos motivos para não ter ido pregar em Nínive, Deus enviou um grande peixe para tragar Jonas. A ciência e os teólogos liberais olham para esta passagem como uma lenda, ou, no máximo, uma história fictícia que ensina boas lições espirituais. Temos um caso semelhante fora da Bíblia. Um homem chamado James Bartley, por acaso, ou porque Deus quis mesmo, (vai saber...) foi engolido por uma baleia. Os marinheiros que estavam com ele conseguiram capturar a baleia e a mataram. Quando abriram a baleia, viram algo se mexendo dentro dela. Viram que era James, ele estava vivo!!! Quase morreu no hospital, mas depois de aproximadamente 30 dias voltou a si. Ele ficou com a pele esbranquiçada por causa de uma substância que existe dentro da baleia.

Agora imagine comigo: Um judeu andando entre os assírios, com a pele toda esbranquiçada, dizendo que a cidade seria destruída em 40 dias (Jn 3:4). Creio que os ninivitas pensaram se tratar de um ser de outro mundo ou alguma divindade. Imediatamente começaram a se arrepender, se humilhar, etc. Até mesmo o rei temeu a mensagem e proclamou um jejum. O objetivo da mensagem tinha sido atingido, a conversão de uma cidade inteira. Qualquer evangelista teria ficado cheio de júbilos se tivesse tido o sucesso de Jonas. Mas Jonas ficou triste a tal ponto que quis morrer. O desejo de Jonas era que Deus destruísse a cidade inteira para vingar o povo de Israel (Jn 4:2,5). Era um profeta, mas não deixava de ser humano.

A misericórdia divina supera nossos conceitos. Aquele que achamos que não tem mais jeito, de repente se converte. Deus ama as pessoas, e é difícil para nós entender isto. Às vezes achamos que Deus ama instituições. Às vezes achamos que Deus ama apenas os evangélicos. Às vezes achamos que Deus tem que ter paciência apenas conosco, não com o nosso vizinho. Quantos erros cometemos com nossas achologias. Até mesmo o profeta erra. O pastor também se equivoca. O teólogo não sabe tudo sobre Deus. Ele teve misericórdia do profeta desobediente e da cidade sanguinária. Teve misericórdia de mim e de você. Fico por aqui, não há como expressar com palavras a graça de Deus...




Nínive

Nínive


Introdução

    Jonas tem um lugar especial no respeito e no ritual dos judeus. Nenhum outro livro do A.T. Busca de maneira tão enfática a extensão da misericórdia divina às nações gentias. Essa perspectiva mundial da Missão de Israel tem sido muitas vezes esquecida pela nação no decurso das suas muitas apostasias.Nesse ponto central da história, Jonas foi usado para conclamar a nação e refletir sobre o programa divino do julgamento universal dos malfeitores e sua oferta universal de misericórdia para o arrependimento e fé.

    Seu objetivo histórico era declarar a universalidade do julgamento quanto da graça divina. Deus julga a iniquidade em todas as esferas e, do mesmo modo, reage ao arrependimento de todas as nações. A história também retrata a verdade de que, quando o povo de Deus deixa de ter interesse pelos perdidos perde a visão do objetivo do programa divino no mundo.

    Em Jonas, a misericórdia divina é oferecida aos pagãos, que se arrependem e reagem favoravelmente ao Deus de Israel.

    Nenhum profeta foi tão conciso em sua mensagem. Sua profecia continha apenas sete palavras (cinco no Hebraico):  Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida. Até mesmo sua curta profecia deixou de realizar-se (o que muito o aborreceu) Todavia, sua experiência foi uma importante mensagem pra Nínive , Israel e até mesmo para Igreja de hoje.

    O Livro de Jonas contém o relato do maior reavivamento registrado na Bíblia; toda a cidade de Nínive abandonou os seus caminhos iníquos e voltou-se para Deus. Jonas foi também usado como instrumento de arrependimento para os marinheiros, fazendo com que eles se voltassem para o Senhor depois de o profeta ter sido jogado ao mar, aquietando-o. Parece que ele obteve mais resultados por acaso do que a maioria dos profetas obtiveram intencionalmente.

Nínive

O termo hebraico nineweh é uma tradução do assírio Ninua (em babilônico antigo, Ninuwa), que por sua vez é transliteração do nome sumério mais antigo ainda, Nina, nome da deusa Istar, escrito com um sinal representando um peixe dentro de um ventre.

Conforme Gen 10:11 Nínive era uma das cidades do Norte fundada por Ninrode ou Assur depois de ter partido da Babilônia. Uma cidade principal e última capital da Assíria.

    Em 2003 a. C. O templo da deusa Istar em Nínive foi fundado por Manishtisu, filho de Sargom.
   
Situação em Nínive

Geograficamente:

    Nínive estava localizada a leste do Setentrional rio Tigre, e distante aproximadamente 960 Km de Israel, uma viagem de três meses nos tempos antigos. Era uma das cidades mais antigas no mundo, estabelecida por Ninrode (Genêsis 10:11). Calcula-se que sua população era de 600.000 habitantes, incluindo 120.000 crianças e muitos animais. Aproximadamente. Calá, capital do império Assírio, e outras cidades ficavam na circunvizinhança. Embora o muro interno da cidade tivesse menos de cinco quilômetros de diamêtro, suas aldeias e subúrbios espalhavam-se numa circunferência de mais de 32 quilômetros.

    Perímetro da cidade (incluindo terras adjacentes) = cerca de 96 Km .O muro externo tinha 96 Km de extensão, 30 metros de altura e uma largura suficiente para três carroças conduzidas lado a lado. A intervalos, por todo o muro, havia 50 torres de 60 metros de altura para o serviço de vigilância realizado pelas sentinelas.

Religiosamente:

    A assíria tinha um povo idólatra politeísta.

    Foi iniciada uma tendência para o monoteísmo na Assíria sob o governo de Adad-nirari, devido à sua monolatria. Ele recomendava: Ponha sua confiança em Nebo; não confie em outro deus.Todavia, diversos cataclismas ocorreram durante esses anos, que podem ter sido usados para preparar o povo. Em 765 e 759 grandes calamidades caíram sobre a cidade, e em 15 de junho de 763 houve um eclipse solar total.

    Naquele tempo o culto dos sentidos era um serviço aos deuses, os templos ocupavam o lugar dos bordéis, os amantes de ambos os sexos eram consagrados ao serviço do templo e os donativos por seus ?serviços? iam para as caixas do templo como oferendas para a divindade?.

    Os mitos e costumes do povo assírio espelham o mais horrendo barbarismo, transbordam de cultos mágicos, de sensualidade, primitiva e grosseira, a deuses a semi-deuses. Tinham particular significação os ritos relacionados com as deusas da fecundidade.

Politicamente:

    A Assíria estava em declínio nessa época. Essa decadência havia começado com a morte de Adad-nirari III em 782, e se estendeu até a vinda de Tiglate-Pileser III em 745. Depois de Adad-nirari reinaram Salmanasar IV (782-773) e Asurdan III (773-754). A visita de Jonas foi provavelmente durante o reinado deste último.

O arrependimento de Nínive, diante da pregação de Jonas, ocorreu no reinado de um destes dois monarcas assírios:

Durante o reinado de Adade  Nirari III ( 810-783), houve um movimento em direção ao monoteísmo que poderia ter sido o resultado ( ou futura ajuda) da pregação de Jonas.

Durante o reinado de Assur-Dan III ( 771-754 a.C). em cuja administração ocorreu uma epidemia em 765 a.C., o eclipse do sol em 763a.C. E uma segunda epidemia em 759 a.C. Foram eventos considerado pelos antigos como indícios do juízo divino, e poderiam, por isso, ter preparado o povo da capital assíria para a mensagem de Jonas e o possível avivamento.

Moralmente:

    Os habitantes de Nínive eram conhecidos como uma  raça sensual e cruel. Viviam de saques e orgulhavam-se dos montes de cabeças humanas que traziam de violentas pilhagens de outras cidades. Fortificaram-se com um muro interno e outro externo.

    A malícia condenada em 1:1 incluía idolatria e extrema crueldade contra os prisioneiros de guerra.

    Depois de atacarem uma cidade, passavam a chacinar implacavelmente os habitantes, deportando o restante da população a outras partes do Império. Muitas pessoas morriam como resultado das marchas forçadas ao exílio. Os líderes das nações conquistadas eram torturados sem misericórdia, e executados.

    A brutalidade, crueldade e atrocidade dos ninivitas eram conhecidas. Conhecida como cidade ensanguentada pois havia massacrado vários povos e nações , cidade cheia de mentiras, rapina e roubo ...

    Os assírios eram, não somente cruéis, mas também extremamente imorais. Externamente, Nínive parecia atraente, mas internamente achava-se repleta de prostituição ritual e imoralidades. A cidade também estava entregue a feitiçaria.

Cultura:

Os nínivitas eram cultos.

Embora o Império Assírio sob Assurbanípal foi somente em 660 a.C. e este criou a Biblioteca, este utilizou o que existia na Assíria de conteúdo histórico e acrescentou o necessário para efetivar a intelectualidade do povo assírio.

Após longa série de tiranos sanguinários, deve-se ao assírio Assurbanipal um inapreciável serviço, este mandou copiar as obras da literatura acádica, mandou compilar dicionários e gramáticas nas diferentes línguas faladas no gigantesco império.

A biblioteca de Nínive, fundada por ele, era a maior e mais importante do Antigo Oriente trazendo-nos conhecimento sobre o pensamento e a poesia do Crescente Fértil até os tempos mais remotos.

Apesar de sofisticados e pecaminosos, seus habitantes deram ouvidos à advertência do profeta.

Língua comercial e política dos povos da época era o aramaico e o acadiano.

Conclusão:

    Jonas foi comissionado para ir a Nínive uma tarefa desagradável para um israelita, As atrocidades dos assírios que mais tarde aterrorizaram as nações, submetendo-as a Tiglate-Pileses III, talvez já vinham sendo praticados por esse tempo. Do ponto de vista humano, a Assíria era o último lugar onde um israelita gostaria de dirigir-se, em aventura missionária. Jonas conhecia bem os sofrimentos que haviam sobrevindo à Síria, ao repetir os recentes ataques assírios.

    A Assíria era uma ameaça para Israel desde o tempo de Onri (cerca de 880 a.C.) e tinha forçado os israelitas a pagarem tributos nos últimos cinquenta anos até Jeroboão II tornar-se rei. Jeroboão sacudiu esse jugo mais ou menos em 790 e estendeu o reino do Norte ao seu maior limite desde Salomão. No tempo de Jonas, Israel sentia-se seguro e estava em ascensão, enquanto a Assíria achava-se em declínio.

    Os Assírios eram conhecidos no mundo antigo pela extrema crueldade com que tratavam os povos subjugados por isto questiona-se as vezes se o arrependimento de Nínive foi sincero. A resposta do Livro de Jonas é que Deus o considerou sincero, pois suspende o julgamento que lhes tinha sido notificado (3:10). Jesus também testificou que  se arrependeram com a pregação de Jonas? (Mt. 12:41). O que Israel deixou de fazer com a pregação do Messias.

    Embora o Livro registre o arrependimento inesperado de um dos maiores tiranos da história antiga, sua ênfase maior está no arrependimento ou mudança de Jonas. O arrependimento de Nínive ocupa um capítulo, mas a história da preparação de Jonas e seu subsequente treinamento são apresentados em 3 capítulos (1,2 e 4) parece que Deus teve mais dificuldade em aperfeiçoar Jonas do que todo o povo de Nínive. Quando o profeta foi conduzido ao ponto de obediência, o reavivamento ocorreu naturalmente. A preparação de Jonas foi realizada em etapas. A experiência do peixe preparou-o para Nínive, mas ele precisou de mais treinamento para voltar a Israel. Se o arrependimento da cidade no capítulo 3 surpreende a todos, o profeta desapontado do capítulo 4 causa-nos um choque. Ele parece estar mais interessado em que sua profecia se cumpra, como um crédito à sua profissão, do que a cidade de Nínive seja poupada do julgamento divino.

    É desse modo que termina a história deixando o leitor inteiramente desapontado diante da atitude do profeta. Jonas parece ser irremediavelmente egoísta e fanático, até lembrarmos que ele escreveu sem dourar a sua própria imagem no final. Essa imagem foi obviamente destinada a impressionar e humilhar a Israel, pois a atitude do profeta foi um reflexo da atitude do povo. Os judeus estavam tão envolvidos com os seus próprios afazeres e prosperidade do período áureo de Jeroboão II, que tinham perdido de vista a sua missão como povo da aliança.
   
A queda da grande cidade Nínive, conforme predito pelos profetas Naum e Sofonias, ocorreu em agosto de 612 a.C.


terça-feira, 5 de novembro de 2013

A verdadeira pregação neotestamentária


 
A verdadeira pregação neotestamentária



E como ouvirão, se não há quem pregue?
Romanos 10.14c (arc)

A palavra grega utilizada aqui para pregar, significa anunciar, proclamar ou publicar. Evidentemente, um púlpito pessoal é designado para cada crente (em casa, na comunidade, no escritório ou na escola) para mostrar e contar aos outros as Boas Novas. (bep)


Prega a Jesus Cristo

(23)  Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.
(24) Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.
I Coríntios 1.23 e 24 (arc).

O evangelho é a revelação da verdade, mas, na análise final, é a operação do poder de Deus com vitória sobre o pecado e a morte. A salvação bíblica não é nada menos que uma completa restauração do universo, com um novo céu e uma nova terra. (bep)

Prega arrependimento e perdão dos pecados

(46)  E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; (47)  e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. Lucas 24. 46 e 47 (arc).

Os discípulos somente deviam pregar o perdão dos pecados juntamente com o arrependimento do pecador. O pregador que anuncia a salvação como uma simples crença ou religião fácil, ou uma formal aceitação da salvação gratuita, sem nenhum compromisso voluntário do pecador de obedecer a Cristo e à sua Palavra, está pregando um falso evangelho. O verdadeiro arrependimento inclui o abandono do pecado, i.e., um elemento fundamental e imutável do verdadeiro evangelho neotestamentário (ver Mt 3.2, nota sobre o arrependimento). (BEP)

Prega a Palavra do Senhor

(31)  E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.
(32) - E lhe pregaram a Palavra do Senhor e a todos os que estavam em sua casa. Atos 16. 31 e 32 (arc).

Aqui temos o ministério da confirmação na Palavra, o que, por toda parte do livro de Atos, é algo bem enfatizado. A própria Grande Comissão salienta tanto a necessidade do evangelismo inicial como do ensino doutrinário, embora esta última porção do ministério cristão seja com frequência negligenciada. (nti)

Prega o evangelho do reino de Deus

(14) E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o Evangelho do Reino de Deus (15) e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho. Marcos 1. 14 e 15 (arc).

Há somente um evangelho: Jesus o pregou, transmitiu a seus discípulos e comissionou-os à sua igreja. Paulo preveniu contra jamais receber qualquer outro evangelho. Qualquer outro pode ser tanto uma mensagem completamente errada ou um argumento para uma mensagem diluída e desprovida de poder, embora nominalmente cristã. Jd. 3 sempre nos impele a batalhar pelo original, a fé que uma vez foi dada aos santos. Atenham-se ao completo evangelho do Reino, e esperem que o Senhor confirme essa palavra com os sinais que ele prometeu. (Mc. 16.15-18) (bep)

Prega a Palavra em todo tempo

Que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. II Timóteo 4.2.(arc).

Torne-se um servo comprometido com a Palavra de Deus. Esteja preparado a qualquer momento, seja conveniente ou não, para proclamá-lo e para instruir pacientemente aqueles que não o compreendem ou não o aceitam (bep)

Não prega ou aceita outro Evangelho

Mas ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! Gálatas 1.8 (nvi).

A Bíblia afirma claramente que há um só evangelho, o evangelho de Cristo(v.7). Este evangelho nos veio pela revelação de Jesus Cristo? (v.12) e pela inspiração do Espírito Santo. O evangelho é definido e revelado na Bíblia, a Palavra de Deus. Quaisquer ensinos, doutrinas, ou ideias que, originados em pessoas, igrejas ou tradições, e que não estejam expressos ou subentendidos na Palavra de Deus, não podem ser incluídos no evangelho de Cristo (v.11). Misturá-los com o conteúdo original do evangelho é transtornar o evangelho de Cristo (v.7).

Não negocia a Palavra de Deus

Ao contrário de muitos, não negociamos a Palavra de Deus visando lucro; antes em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus. II Coríntios 2.17 (nvi).

Paulo descreve, aqui, pregadores de então que reduziam as exigências do evangelho a fim de obterem lucro, aceitação e sucesso (cf. 11.4,12-15). Eram talentosos e persuasivos, mas, secretamente, insinceros. Cobiçavam dinheiro e visavam à preeminência (cf.Jo 10.12,13; Fp.1.15,17; I Pe 5.2; II Pe 2.1-3,14-16). (BEP)



Bartimeu e Nós (povo de DEUS)


 
Bartimeu e Nós (povo de DEUS)


BARTIMEU E NÓS           
Quais semelhanças temos?
Quais semelhanças devemos ter?


Baseado no evangelho de Marcos, cap.10, versículos 46 à 52, podemos observar várias características do cego que foi curado por JESUS em Jericó, tenho certeza que nenhum detalhe foi por acaso, e ao ler e reler essas passagens na Bíblia (também encontradas em Mateus 20, 29-34; Lucas 18, 35-43), orei muito ao SENHOR, pois não compreendia porque essa passagem não saía dos meus pensamentos, comecei, então, a identificar alguns aspectos comparativos entre Bartimeu e nós (povo de DEUS).

Bartimeu - era um homem, cego mendigo, que vivia em Jericó. Estava à beira do caminho quando apenas ouviu, que era JESUS, o Nazareno, que ali passava, logo naquele momento começou clamar: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!”. Foram muitos os que o repreendiam, para que se calasse; porém ele não se calou, não desistiu! Então JESUS, vendo a persistência e a fé de Bartimeu, mandou que os chamassem. Disseram então a ele: “Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama.” Isso foi o necessário para que Bartimeu lançasse de si a capa e levantasse de um salto para ter com Jesus.
“Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver.”
Após Jesus ter lhe dito que a sua fé lhe salvara, imediatamente Bartimeu tornou a ver e então passou a seguir Jesus estrada fora.

Nós (povo de DEUS) - quantos de nós somos ou estamos como cegos mendigos na igreja? Atrás de esmolas de DEUS, sem visão espiritual alguma, só querendo receber, ou somente vivendo na religiosidade cotidiana nos bancos da igreja?
Bartimeu desejou estar com JESUS, ter experiência com JESUS, falar com ELE e ouvir pessoalmente a resposta. Ele poderia ter permanecido sentado, esperando que JESUS o percebesse, ou talvez pedir a quem estava próximo que intervisse por ele, ou até mesmo na condição de mendigo ter pedido ouro, uma casa, terras, mas não, Bartimeu clamava o nome de JESUS, sabia que ELE poderia dar muito além do material! Imagino eu, que com toda a sua força, pois no versículo 48, Marcos menciona: “mas ele cada vez gritava mais...”
Hoje, JESUS deseja que se estivermos na condição de cegos mendigos, façamos o que Bartimeu fez! No entanto, não precisamos gritar, nem temer que ELE vá embora estrada fora, pois Jesus está sempre perto de nós, nos escuta a todo instante, ELE só quer que oremos, clamemos: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!”
JESUS não quer que nós continuemos na beira do caminho, escutando as maravilhas que ELE faz, Jesus quer fazer maravilhas na nossa vida também! Quer nos curar, deseja restaurar não só a nossa visão, mas a nossa vida!
No versículo 51 relata: “...Mestre que eu torne a ver.” Podemos entender com isso, que Bartimeu não foi cego a vida inteira, um dia pelo menos ele enxergou. Nós quando fomos feitos por DEUS, para viver bem, falar face a face com DEUS. À vontade de DEUS para a nossa vida é a melhor. ELE deseja nos restaurar.
Não vamos ficar somente no banco contemplando! Assim como falaram à Bartimeu, DEUS diz a cada um: “Tem bom ânimo; levanta-te, EU te chamo!” Lance fora a capa velha, aquela que talvez alguém colocou, ou você e eu adquirimos com o tempo e nos impediu muitas as vezes que nos achegássemos ao pai em espírito e em verdade para falar: “Pai eu quero tornar a ver, eu quero te ver!” Então ELE lhe dará novas vestes!
Muitas são as passagens na Bíblia que descrevem o poder das palavras, então declare a DEUS que restaure a sua visão e tenho certeza que após essa experiência, todos nós faremos como Bartimeu: “...imediatamente tornou a ver e seguia a Jesus estrada fora.” Isso, será automático, é impossível ter experiência com DEUS e ficar inerte, sem querer comentar, sem ter sede de mais. Estudar a palavra, orar, louvar, evangelizar, se tornará algo espontâneo e normal em nossas vidas e com certeza só agradará aos olhos de DEUS. Se alguém tentar te repreender, não dê ouvido! Faça como Bartimeu! JESUS quer você junto DELE, quer que todos nós o sigamos, para isso é necessário atitude!
Para finalizar nos versículos finais dessa passagem, não há relatos que indiquem que Bartimeu tornou a mendigar, pois creio que com a visão restaurada e seguindo a JESUS, muitas seriam as provisões e bênçãos do SENHOR, o pão não faltaria!
“Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas.” Lc12,31.

DEUS quer restaurar ministérios, avivar a igreja, mas é necessário visão, assim como Bartimeu, eu e você fomos salvos, existem muitas pessoas que necessitam da salvação, para isso é importante que vejam e ouçam as maravilhas da restauração e a experiência com DEUS em nossas vidas!
“... Também todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus.” Lc18,43.

Exercitemos a nossa fé como Bartimeu, restauremos nossa visão e sigamos a JESUS!


ELIAS, UM PROFETA NAS MÃOS DE DEUS


 
ELIAS, UM PROFETA NAS MÃOS DE DEUS


Texto base: I Rs. 17.1ss


INTRODUÇÃO: Elias foi sem dúvida alguma, um dos maiores profetas que o Senhor Deus levantou em sua época. Sua vida constitui-se de um notável exemplo para nós, de como Deus opera na vida daqueles que se colocam em suas mãos.


I – CONHECENDO O PROFETA ELIAS

Elias era natural de Gileade, foi contemporâneo de Acabe, Acazias e Jeosafá. Poucas informações temos a respeito de sua vida, porém as que temos, são de muitíssimo valor. Chamado por Deus num dos momentos mais críticos da história da nação de Israel, teve que combater contra o perverso rei Acabe e o sistema religioso de sua época. O povo tinha se afastado do Senhor e estava cultuando a Baal, e Elias se levanta como mensageiro do Senhor para alertar a nação. É destacado por sua coragem e seu zelo para com o Deus de Israel. Conhecido como profeta do fogo, tinha uma vida bastante simples, se vestia de pelos de camelos e dispensava o conforto do cotidiano. Que notável exemplo!!! Temos muito que aprender com a vida deste grande servo de Deus.

II – TODO PROFETA QUE ESTÁ NAS MÃOS DE DEUS, O SENHOR O HONRA

a)    Deus honrou Elias em não fazer chover – I Rs. 17.1ss
b)    Deus honrou Elias ao ressucitar o filho da viúva – I Rs 17.17-24
c)    Deus honrou Elias diante do povo – I Rs 18.37-40
d)    Obadias disse: Deus pode te esconder e Aacabe me mataria – I Rs 18.7-12, isto é honra!!!
e)    Deus o honrou após a sua partida: Onde está o Deus de Elias? – II Rs 2.14

III – TODO PROFETA QUE ESTÁ NAS MÃOS DE DEUS, É UM HOMEM DE ORAÇÃO

Elias era um homem que orava, e o crente que ora é vitorioso, abençoado e prospero espiritualmente. Sua vida de oração:
a)    I Rs 17.19-24 – levou o filho da viúva e clamou a Deus em seu quarto. Isso merece uma reflexão. Nosso quarto deve ser um lugar de oração, um altar, um lugar de intimidade com Deus.
b)    I Rs 18.36-39 – Elias orou e fogo do céu desceu
c)    I Rs 18.42-46 – Elias orou e Deus mandou chuva

Obs.: é importante observarmos essas últimas duas orações de Elias, na primeira Deus o ouviu rapidamente, na segunda teve que orar sete vezes. Pense nisso?
A oração nos torna dependentes do Senhor.
IV – TODO PROFETA QUE ESTÁ NAS MÃOS DE DEUS SOFRERÁ CRISES
Não obstante aos portentos realizados por Elias, o mesmo teve que passar por situações de crises profundas, tais experiências passam todos aqueles que tem um chamado de Deus e uma missão a cumprir – vide Moisés – Números 11.15; Paulo – I Co. 4.8-10;II Co. 4.9-13; Davi – Sl. 55.4-8. Vejamos as crises de Elias:
a)    sua fuga de Jezabel – I Rs. 19.1-3
b)    seu desejo de morrer – I Rs 19.4
c)    seu cansaço e sono – I Rs 19.5
d)    sua determinação em continuar dormindo – I Rs 19.6

Você está preparado para enfrentar tais crises? Elias passou e venceu, pois ele estava nas mãos de Deus, lembre-se nas mãos de Deus tudo é mais fácil.


V – TODO PROFETA NAS MÃOS DE DEUS, TEM A PROTEÇÃO E A PROVISÃO DE DEUS
Como é maravilhoso sabermos isso, quando o homem se coloca nas mãos do Todo Poderoso, ele tem suas necessidades atendidas e a proteção divina.
a)    Deus escondeu Elias – vai e te esconde junto ao Ribeiro de Querite – I Rs 17.2,3. Aquele que pertence ao Senhor está sempre bem protegido, Deus o esconde: 1) no Ribeiro – I Rs 17.2,3; b) debaixo da sua sombra – Sl 91.1; c) debaixo das suas asas – Sl 91.4; em Cristo Jesus – Cl. 3.1-3
b)    Deus proveu as necessidades de Elias em pelo menos 3 ocasiões de maneira poderosa e miraculosa. Vejamos:
c)    Alimentou o profeta ordenando aos corvos que levassem comida a ele – I Rs 17.6
d)    Alimentou o profeta usando uma viúva pobre – I Rs 17.8,9
e)    Alimentou o profeta usando um ser angelical – I Rs 19.5,6,7

Deus tem seus meios de agir em favor dos seus filhos, isso merece uma reflexão da nossa parte. Quando nossos recursos se esgotam, Deus abre o seu bom tesouro(céu) para nós. Então não temas amado irmão e faça como Elias, fique nas mãos de Deus. Amém



Vida cristã - Pensando no profeta Jeremias

  
Pensando no profeta Jeremias



Introdução: Jeremias, um dos profetas maiores, foi sem dúvida alguma um dos maiores personagens da história que nos relatam as santas escrituras, conhecido como profeta das lágrimas, sua vida serve-nos de belo exemplo para os nossos dias.

1.    Quem era Jeremias?

Jeremias era filho de Hilquias, oriundo da classe sacerdotal, nasceu em Anatote, uma pequena cidade localizada a 5 km ao norte de Jerusalém, foi chamado a exercer o ministério profético ainda bem novo. É o mais psicológico de todos os profetas do antigo testamento, conhecido como o profeta das lágrimas em virtude de seus muitos lamentos sobre as condições miseráveis de Judá. Foi um homem que teve pouco amigos, é um dos tipos de nosso Senhor Jesus Cristo. Seu choro sobre sua cidade, nos faz lembrar o choro do Mestre sobre Jerusalém, certa vez foi comparado a Jesus – Mt. 16.14. Penso que nossa dívida para com esse profeta jamais poderá ser paga, q belo exemplo de vida, de amor, de ternura e compaixão, que só tem aqueles que realmente foram chamados por Deus. O Príncipe White afirmou certa vez: o livro de Jeremias, depois de Salmos é um dos mais espirituais do Antigo Testamento.

Jeremias escreveu suas profecias na Palestina entre 685 e 616 a. C.; num dos períodos mais difíceis da história do povo judeu, o povo tinha se afastado do Senhor e seguido caminhos desastrosos, Deus o levanta para ser uma testemunha a nação, devido ao seu chamado sofreu muitas perseguições, veio a falecer no Egito como exilado. Juízo e benignidade são os pontos centrais do seu livro.

Breve conteúdo do Livro:

1.    Jeremias, o arauto de Deus a nação – 1.1; 33-26
2.    Jeremias, o atalaia de Deus – 34.1 – 45.5
3.    Jeremias, testemunha de Deus a nação – 46.1 – 52.34

2.    Estatísticas do livro de Jeremias

É o 24º livro da Bíblia, tem 52 capítulos, 1.364 versículos e aproximadamente 43 mil palavras. O livro contém 779 predições. Há 194 perguntas, 303 mandamentos e 16 promessas. Em Jeremias podemos descortinar 62 mensagens divinas. Jesus é conhecido aqui no livro como o Senhor dos Exércitos.

3.    Pensando na chamada de Jeremias– 1.1ss

3.1.    Foi uma chamada especifica – fora chamado para ser um profeta de Deus a nação.
E o que é ser um profeta? A palavra profeta ver do termo hebraico nabbi, este vocábulo, por seu turno, origina-se do verbo dabar: dizer, falar. Então entendemos que um profeta é um mensageiro de Deus, um portador de uma mensagem divina
Para ser um profeta de Deus são necessárias as credenciais de um verdadeiro profeta e essas Jeremias tinha. Vejamos:


a)    o verdadeiro profeta falava em nome do Senhor – Is. 38.1; Jr. 12.14; Ez.22.12. A expressão: Assim diz o Senhor, era o exórdio que caracterizava toda profecia genuína, se tal profeta falasse em seu próprio nome ou em nome de outros deuses era declarado como inimigo da Santa Aliança.

b)    As palavras do verdadeiro profeta não caiam por terra – I Sm. 3.19,20

c)    O verdadeiro profeta tinha intimidade com Deus – Amós 3.7; Gn. 18.17; 2 Rs. 1.9-16

d)    O verdadeiro profeta era uma autoridade incontestável – vide o exemplo de Natã ( 2 Sm. 1-15)


3.2. As virtudes exigidas dos verdadeiros profetas
a)    Coragem – Ez. 2.6
b)    Inflexibilidade – Ez. 3.8,9
c)    Vigilância – Ez. 3.17-19
d)    Atenção – Ez. 3.10; Dt. 18.20;

4.    Pensando nos sofrimentos de Jeremias
Jr. 12.5; 17.16,17; Hb. 11.35-38

Devido ao seu chamado ministerial e sua vocação profética, o profeta Jeremias teve que amargar uma vida de muito sofrimento, pois o profeta estava comprometido com a visão que Deus lhe dera e sabia de sua responsabilidade, mais ele não se entregou, lutou até o fim, seus sofrimentos nos mostram que é possível obter triunfo em meio a dor e ainda assim se manter fiel ao Senhor.

•    Sofreu o desprezo do seu próprio povo – Jr. 12.5
•    Sofreu ferimentos e prisões – Jr. 20.1-2; 33.1
•    Sofreu solidão – Jr. 15.17
•    Sofreu a dura prova do calabouço – Jr. 38.6
•    Sofreu nas mãos dos falsos – Jr. 18.18; 20.9,10
•    Sofreu perigo de morte – Jr. 26.1 ss

Quem será que está disposto a pagar o preço que esse servo de Deus pagou? Colocando-se muitas vezes em perigo e lutando bravamente, tudo por amor e para cumprir as ordens de seu Senhor!!!




5.    Pensando nas crises de Jeremias

Segundo o dicionário a palavra crise significa: momento decisivo ou perigoso, alteração no curso de algo etc. John Kennedy em um discurso pronunciado em 12/04/1959, disse que a palavra crise quando escrita no idioma chinês se compõe de dois vocábulos: perigo e oportunidade, ou seja quando passamos por crises estamos diante dessas duas situações, tendo perigo de fracassar e oportunidade de triunfar em meio à crise. Os escritores contemporâneos identificaram 3 tipos de crises:

a)    Crises acidentais ou situacionais – ocorre quando surge ameaça repentina ou perda inesperada, tais como: morte de um ente querido, doença súbita, perda de bens etc.

b)    Crises de desenvolvimento – surgem no curso do desenvolvimento humano normal, tais como: entrada na escola, ajustes no casamento, aceitação de críticas, enfrentar a aposentadoria, adaptação a morte de amigos etc.


c)    Crises existências – surgem quando somos forçados a enfrentar verdades perturbadoras, tais como: sou um fracasso, minha vida não tem propósito, ninguém gosta de mim etc.

Na verdade todos nós passamos por crises na vida, quando Deus permite isso conosco, é para o nosso bem. Quanto à nossa fé, a crise é um momento decisivo, em que você tem que tomar uma decisão. A maneira como você responde no meio da crise determina se você se envolver com Deus em algo grande que só Ele pode fazer. Quando Deus nos diz o que ele quer fazer por nosso intermédio, iremos enfrentar uma crise em nossa fé. Não foi diferente o que aconteceu com o profeta Jeremias, homem de lágrimas e amor profundo pelo seu povo, vendo as condições miseráveis em que se encontrava a nação, e em meio as perseguições sofridas, o grande profeta teve que enfrentar sérias crises, mais Deus o ajudou e ele venceu. Vejamos alguns momentos de crises do profeta das lágrimas:


a)    Questionou a Deus – seria tu um ilusório ribeiro para mim? – vide 15.18

b)    Expressou profunda angústia em meio a perseguição, sentindo que Deus usou de força demasiada para com ele – vide 20.7 –

c)    Pensou em parar de falar no nome do Senhor – 20.9

d)    Amaldiçoou até o dia de seu nascimento – vide 20.14-18


Você tal qual Jeremias está preparado para enfrentar crises?