A síndrome de
Caim
A SÍNDROME DE
CAIM
Então disse
Caim ao Senhor: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo. Eis que
hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei
fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará? - Gen.
4:13-14.
O Promotor de
Justiça Criminal de São Paulo, presente no momento em que a jovem Suzane
confessou sua participação no assassinato dos pais, no bairro do Brooklin, ao
ser questionado pelos repórteres sobre a reação dela, destacou o seguinte:
Eu estava presente em todos os
interrogatórios. Quando confessou, demonstrou preocupação com o que pudesse
acontecer com ela, falou que era uma pessoa má e que desejava que o tempo
voltasse atrás. Logo se recompôs e voltou a mostrar sua personalidade.
Na confissão
desta jovem, num crime recente que chocou o país, encontramos um dos princípios
que tem norteado a descendência de Caim desde o início da raça humana: mesmo
após a confrontação não há arrependimento, apenas o medo do castigo, das consequências
que por certo virão, do preço a ser pago pelo pecado.
Caim, quando
confrontado pelo Senhor, logo após ter matado Abel, limitou-se a desconversar
como se diante do Criador isso fosse possível. Acaso eu sou responsável por
Abel? Sou eu o tutor do meu irmão? Gen. 4:9.
Em momento
algum demonstrou arrependimento. Suas próximas palavras foram de temor pelo
castigo em consequência do mal que tinha acabado de praticar.
O
endurecimento do coração humano nestes tempos que antecedem a volta de Jesus já
havia sido profetizado por Ele mesmo:
Quando vier o
Filho do homem, achará porventura fé na terra? Lucas 18:8.
Percebemos
hoje na pregação do Evangelho muito pouco arrependimento pelos pecados, pela
vida contrária aos padrões da palavra de Deus. Parece que grande parte das
manifestações de fé tem se resumido ao medo do castigo e das consequências de
atitudes pecaminosas.
A síndrome de
Caim contrasta visivelmente com os frutos do verdadeiro evangelho de Jesus
percebido na conversão de Zaqueu:
Zaqueu era
chefe dos publicanos e rico. Procurava ver a Jesus mas não conseguia por causa
de sua pequena estatura. Tendo subido à uma árvore para vê-lo passar foi por
ele percebido e convidado a lhe oferecer hospedagem.
Ao receber Jesus
em casa mostrou os frutos do verdadeiro arrependimento: Senhor, resolvo dar aos
pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho roubado alguém,
restituo quatro vezes mais. A reação de Jesus não deixou dúvidas quanto ao que
havia acabado de acontecer: Hoje, houve salvação nesta casa. - Lucas 19:1-10.
Interessante
a conversão de Zaqueu em relação à maioria das conversões que vemos hoje. A
conversão legítima operada pelo Espírito Santo tem como primeira preocupação
restituir. A falsa conversão, caracterizada apenas pelo medo do castigo, tem
como única preocupação ser restituído. Visa o eu, não o Reino.
Menos
interessante foi a reprimenda de Jesus aos escribas e fariseus - quando lhe
pediram um sinal e estendida a nós, igreja do século XXI:
Ninivitas se
levantarão no juízo contra esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram
com a pregação de Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas. Mateus
12:41.
Nenhum comentário:
Postar um comentário