A mente de
Paulo
Entre
angustias, gemidos, esperanças e certezas ...
Os capítulos
7 e 8 de Romanos nos abrem janelas para infinitos mundos.
Aqui não é o
caso tentar mostrar as múltiplas variáveis daqueles dois capítulos.
Hoje o que
desejo é mais simples, bem mais simples.
Paulo diz que
os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória a vir ser
revelada em nós.
De fato, o
que desejo e mostrar o realismo esperançoso da mente de Paulo.
Ele fala de
esperança, vitória, inseparabilidade do amor de Deus, intercessão do Espírito
na nossa fraqueza, a constituição de todas as coisas para o bem, a certeza de
que fomos pré-conhecidos, predestinados, chamados, justificados, glorificados
em Cristo, e que não há força, poder, ou autoridade?seja visível ou
invisível?que possa nos acusar ou derrotar, pois, nossa vitória está no amor de
Deus.
Isto tudo em
meio à maiores afirmações de realismo.
1. Gememos
com a natureza e sofremos angústias em nosso íntimo aguardando o dia da
redenção dos nossos corpos e de todo o cosmos. Sofremos as dores de ser animais
com os animais, porém transcendendo ao nível apenas animal. Mas participamos de
todos os gemidos que a criação geme...tanto pela sobrevivência...como pela
expectativa de que o fim das vaidades da sobrevivência traga a gloria dos
filhos de Deus.
2. Gememos
também pelas culpa e neuroses que o pecado gerou em nós. Então , no capítulo
7, Paulo descreve essa dor de incoerências e os gemidos da consciência que se
percebe como fragmentada pelo pecado...graças à consciência que a lei trouxe
sobre nós.
3. Gememos
pela fé que levamos no peito contra as incompatibilidades essenciais de um
mundo sem fé. Assim, vem a fome, a espada, o perigo, a nudez, as
privações...tudo pelo evangelho.
Esse é o
realismo de Paulo.
Gememos com a
natureza.
Gememos em
nós mesmos.
Gememos pelo
que cremos e pela fé que escolhemos assumir na vida.
Mas o
realismo de Paulo não é pessimista...
Gememos com a
criação...mas na esperança somos salvos.
Gememos em
nós mesmos...pela nossa psicose básica...mas somos objeto da intercessão do
Espírito. Quem nos condenará? Quem intentará acusação contra os eleitos de
Deus? Quem nos condenará? Se Deus é por nós...quem será contra nós? Já não há
nenhuma condenação para os que estão em Cristo.
Gememos ante
as circunstancias de adversidade e perseguição...mas somos mais que
vencedores...afinal, quem poderá nos separar do amor de Cristo.
1. Nosso
gemido com a criação tem na ressurreição de Jesus no corpo a certeza de que
toda a matéria também será redimida.
2. Nosso
gemido de existência e de consciência tem na morte de Jesus sua carta de
alforria do casamento com a culpa que vem da lei...Jesus que encarnou o papel
daquele que fez a morte morrer com Ele (Rm 7:1-5), para que focássemos livres
do casamento com a Lei, a fim de casarmos sem culpa...em novas núpcias..sem o
marido-lei...que virou defunto em Cristo...e agora estamos livres...e nos
casamos com a Graça de Deus. Esse casamento, sim!...é indissolúvel...ninguém
pode nos separar...desse amor.
3. Nosso
gemido ante as perseguições tem na certeza de que toda a conspiração contrária
a nós...é apenas a aparência de adversidade, pois, de fato, no conjunto...tudo
vira sinfonia para o bem de quem ama a Deus.
Assim era que
Paulo via as coisas: o cosmo, o coração e o cenário de oposição.
O grito é um
só: para quem chama a Deus de Aba, Pai...e sabe e crê em tudo o mais...nada
mais resta que tudo: se assumir como herdeiro de Deus...e isto com sofrimentos
na terra...mas que não são para comparar com a gloria por vir a ser revelada em
nós.
Sei que era
assim que nosso irmão Paulo via as coisas...
Vê-las assim
faz toda faz toda diferença!
muito bom
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