A
aliança abraâmica
- Na aula passada estudamos mais sobre a chamada de
Abrão e a promessa de Deus para ele; vimos que essa promessa se
centralizava em 3 palavras: terra, descendência e bênçãos. Mostramos como,
após o cumprimento total por Abrão das condições estabelecidas por Deus,
sair da terra, da parentela e da casa do pai, Deus então pôde completar a
revelação da promessa à Abrão. Após Abrão ter se separado de Ló, Deus
mostrou-lhe claramente a terra que iria receber, ele e sua descendência,
para sempre.
- Então faltava a revelação referente a descendência,
e terminamos falando da preocupação de Abrão concernente a ter um filho e
como Deus confirmou, mostrando as estrelas no céu e comparando-as à
descendência de Abrão. E a Bíblia diz: "e creu Abrão no Senhor";
apesar de toda adversidade das circunstâncias, Abrão creu no Senhor da
promessa de que haveria uma descendência.
Gênesis 15:6
- "E o Senhor imputou-lhe isso como
justiça", é a 1ª vez que aparece na Bíblia; Abrão creu no Senhor e
foi justificado.
Romanos 4:1~5; a
justificação é pela fé.
Tiago 2:14~26; porém,
a fé sem obras é morta; a fé é demonstrada e aperfeiçoada pelas obras, através
de como agimos no dia a dia.
Se
cremos em Deus e não andamos segundo Seus princípios, de nada adianta nossa fé.
Veremos que Abrão foi justificado pela fé, ele creu já desde Ur da Caldeia, mas
ele vai demonstrar com obras, com o seu agir, em quem ele cria.
Gênesis 15:7~8
- Aparentemente, pela pergunta de Abrão (V.8),
poderíamos supor que houve incredulidade em seu coração. Se houvesse
incredulidade, Deus não teria respondido à Abrão, como segue na Bíblia.
Veremos em 2 outras passagens, o que acontece quando há incredulidade ou
não:
Lucas 1:5~25
- Quando o anjo anunciou a
Zacarias que Isabel, sua mulher, daria à luz João Batista, Zacarias
perguntou ao anjo (V.18): "como terei certeza disso, eu e
minha mulher somos velhos?"
O que aconteceu com Zacarias? Ficou mudo por causa da incredulidade. Zacarias orava a Deus pedindo que sua mulher tivesse um filho e, quando Deus responde sua oração , diz que não é possível. A prova disso, é que o mesmo aconteceu com Maria e ela não ficou muda.
Lucas 1:26~38
Maria não perguntou o mesmo ao anjo (V.34)?
Quando o anjo falou à Maria, "você vai conceber um filho", ela diz:
"mas como é isso, porque nunca conheci um homem?". Maria não estava
orando para ter um filho, Maria nem sabia o que ia acontecer, então a pergunta
era legítima; a pergunta de Zacarias não, era incredulidade.
- Então quando vemos Deus respondendo a Abrão, não
havia incredulidade em sua pergunta; havia sim uma necessidade de
esclarecimento para que sua fé fosse aumentada; mais fatos sobre aquilo
tinha que ser apresentado pois a fé aumenta assim. Lembram do início do
curso quando falamos que precisamos de algo para exercer fé? Deus ia dar
mais elementos para que a fé de Abrão fosse aumentada.
- Até aqui, Abrão andava na promessa de Deus, era
simples promessa. Mas agora Deus, respondendo ao pedido de Abrão, vai
passar da promessa para um pacto. Para nós hoje, talvez, um pacto nada
significa, mas naquele tempo não era assim, haviam pactos entre pessoas.
No V.T. temos varias passagens de pessoas fazendo pactos, alianças.
Gênesis 21:22~34; Abrão mesmo fez pactos
Existiam
alguns tipos de pactos, alianças ou concertos; são palavras diferentes para a
mesma coisa. O que é um pacto, ou uma aliança ou um concerto? É quando 2
pessoas concordam e se comprometem sobre um assunto. O casamento é um pacto,
indissolúvel e inquebrável. Haviam também pactos temporários.
No oriente havia o pacto da sandália, onde 2 pessoas concordavam entre si sobre algo e trocavam as sandálias, porém, poderiam destrocá-las e o pacto estava desfeito. Havia o pacto do sal, um pouco mais longo; naquela região quente, ninguém viajava sem um "pacotinho" de sal amarrado na cintura, pois o sal conservava a água no organismo e, quando 2 pessoas escolhiam o pacto do sal, misturavam um pouco de seus pacotes de sal e, enquanto durava o sal, o pacto estava em vigor.
No oriente havia o pacto da sandália, onde 2 pessoas concordavam entre si sobre algo e trocavam as sandálias, porém, poderiam destrocá-las e o pacto estava desfeito. Havia o pacto do sal, um pouco mais longo; naquela região quente, ninguém viajava sem um "pacotinho" de sal amarrado na cintura, pois o sal conservava a água no organismo e, quando 2 pessoas escolhiam o pacto do sal, misturavam um pouco de seus pacotes de sal e, enquanto durava o sal, o pacto estava em vigor.
- Mas havia o chamado "pacto (aliança) de
sangue", que era eterno; uma vez que a aliança era feita, nos termos
como costumavam, ainda que de homens, ninguém podia revogar. Neste pacto,
as 2 pessoas que entravam em aliança, matavam e cortavam ao meio um animal
e colocavam as duas metades uma ao lado da outra, com um espaço entre
elas. As pessoas davam as mãos e passavam por entre as metades do animal,
declarando os termos do pacto. Ali a aliança tinha sido estabelecida,
ratificada.
O
que significava aquilo? Significava que não se podia quebrar a aliança, pois
aquelas metades do animal eram substitutas de cada pessoa no pacto e as partes
estavam mortas; como é que mortos desmanchariam uma aliança? Não tem jeito,
aquela aliança seria para o resto da vida, não existia possibilidade de
retorno. E se a aliança fosse quebrada, o sangue daquele que a quebrasse, seria
derramado como foi derramado o sangue daquele animal. O pacto de sangue tinha
esses dois significados.
Gênesis 15:9~21
- V.9;
quando Abrão ouviu isso deve ter ficado muito assustado, pois ele conhecia
esse tipo de aliança; mas quando Deus vem e fala "toma os
animais", ele pensou 3, e mais uma rola e um pombinho? É muito lindo
o que Deus fez, Deus é Tri-Uno, por isso 3 animais; animais de sacrifício,
novilha, cabra e cordeiro, mais dois animais do céu que eram animais de
sacrifício também, mas que não seriam mortos. Creio que era para indicação
que as 3 pessoas vêm do céu.
E
Deus falou: "toma os 3 animais, mata-os e parte-os ao meio", e Abrão
foi fazendo porque conhecia o pacto; e se preparou para dar a mão a Deus e
passar por entre as metades dos animais, e naturalmente ele pensou: "Deus
vai fazer um pacto comigo em que vou saber claramente que vou ter uma
descendência e vou ter minha parte nesse pacto".
·
V.10; Abrão executa a ordem.
·
V.11; aves de rapina; tinha alguém no
reino do espírito que não queria que essa aliança fosse feita, estava tentando
à Abrão, mas ele esta ali crendo e vigiando.
·
V.12~16; Abrão passou o dia inteiro
preparando e enxotando aquelas aves, e na hora que julgou que passaria por
entre as metades dos animais, vem um sono profundo sobre ele, que não agüenta.
Mas é interessante que veio o sono profundo mas ele ouviu e viu tudo o que
aconteceu. Porque? Deus estava fazendo com esse homem uma aliança, um pacto,
incondicional, onde haviam 2 partes em que uma recebia o pacto e a outra se
comprometia incondicionalmente, é como falasse assim: "aconteça o que
acontecer, Eu Deus, vou fazer isso; entro em aliança com você e prometo isso,
isso e isso". Já em uma aliança condicional, seria assim: "se você
fizer a sua parte, eu faço a minha; se você não fizer a sua, estou desobrigado
da minha". É maravilhoso porque Deus deixou Abrão em sono profundo, Abrão
não passou no meio daquelas metades; veremos quem passou.
·
V.17; de repente, no meio daquelas trevas,
um fogo fumegante e, não pensem que é a mesma coisa, uma tocha de
fogo, passaram por entre aquelas metades. Jesus Cristo (tocha de fogo) passou
com Deus (fogo fumegante) por entre os pedaços; Jesus Cristo é a Aliança.
Lembram-se quando Deus instituiu o sacrifício de sangue, falamos do substituto?
Jesus é o nosso substituto, o sacrifício de Jesus é sacrifício vicário (que faz
as vezes de outrem), morreu em nosso lugar, Aleluia! Deus está seguindo com Seu
plano de resgate do homem.
·
V.18; naquele mesmo dia, Deus declara o
pacto: "à tua descendência tenho dado esta terra"; novamente
descendência e terra.
·
V.19~21; quando Deus nos pede algo, achamos
que estamos perdendo e ficamos com medo. Quando Deus falou para Abrão:
"sai da tua terra e vai para a terra que Eu te mostrarei", acho que
Abrão pensou: "vou perder tudo, mas vou seguir o que Deus falou, vou
perder tudo por Deus, vou deixar tudo aqui". Deus agora está dando a terra
de volta a Abrão e acrescentando muito mais. Se olharmos no mapa de hoje,
"desde o rio do Egito (que não é o Nilo) até o grande rio Eufrates",
engloba: Líbano, Turquia, Síria, Jordânia e Iraque, além de Israel; Ur da
Caldeia ficava no Iraque. Todo esse limite será de Israel, pois Deus é fiel,
Ele sempre cumpre tudo que fala; prometeu essa terra a Israel para sempre.
- Se entendermos bem que Deus só age na terra através
do homem, porque assim Ele decretou, entenderemos melhor a história de
Abrão. Deus, quando chamou Abrão e fez com ele uma aliança, passou a ter
um homem na terra, passou a ter um canal livre para agir na terra. A
Bíblia chama Abrão de "amigo de Deus".
Isaías 41:8
Tiago 2:23
Noé
era amigo de Deus, Davi, Moisés, também eram amigos de Deus, mas só Abraão foi
chamado "amigo de Deus", pois amigo é um termo de aliança; Deus é
amigo do homem.
- A partir de Abrão, algo aconteceu na terra; vemos
Deus agindo com maior liberdade, afinal Ele fez uma aliança. É muito
importante esse fato, daí dependeu tudo; não podemos considerar esse fato
grandioso como "apenas uma aliança a mais". Abraão é o nosso
pai, ele é o pai da fé; nele seriam abençoadas todas as famílias e nações
da terra.
- Por causa dessa aliança que estudamos, Deus agora
podia agir livremente aqui na terra. Lembram-se da "Aliança
Eterna" que estudamos no início, onde a Tri-Unidade fez uma Aliança
entre Si, antes da fundação do mundo? O Filho Se ofereceu; a Tri-Unidade
sabia que a raça humana ia pecar, e o Filho Se ofereceu; o sangue de Jesus
conhecido antes da fundação do mundo mas manifestado no final dos tempos.
Sim, Jesus Se ofereceu para tomar o lugar do homem, essa foi a
"Aliança Eterna". Qual foi o preço? A Sua vida, o Seu sangue,
pois após o pecado a sentença era a morte. Agora, com a aliança de Deus
com Abrão, a "Aliança Eterna", que estava quase que impedida,
começa a "aterrizar" aqui na terra, Aleluia!
Gênesis 16
- No capítulo 16, vemos o nascimento de Ismael, filho
de Abrão com Agar, por interferência da carne pecaminosa querendo
"ajudar" Deus a cumpri Sua Palavra. Abrão não soube esperar, é o
que fazemos também. O nascimento de Ismael foi a carne querendo ajudar a
Deus; o tempo começou a passar, passar, aprendam a lição. Você pede uma
coisa a Deus, sabe que Deus vai dar, pois aquele pedido está de acordo com
Sua Palavra, e a resposta não chega, e você começa a bolar um plano, não é
verdade? Você fala: "se eu não der uma ajudazinha, isso não vai
acontecer"; então você passa por cima de toda a Palavra do Senhor, e
ainda fica reclamando que não deu certo. Existe o tempo de Deus para cada
coisa.
A mulher tem "uma grande idéia", o marido concorda e aí sai tudo errado; e foi o que Sarai fez e Abrão concordou. Com Eva foi a mesma coisa. Cuidado!, a mulher é passível de engano mesmo. Sarai achou que não seria possível e, como era natural que o homem tivesse a continuidade da família, ofereceu sua escrava Agar para Abrão, que ainda por cima era egípcia. Isso tudo aconteceu antes de Sara dar a luz a Isaque, o filho da promessa.
Gálatas 4:21~31
- Sara e Agar; a obra do Espírito e a obra da carne. O
nascimento de Ismael foi fruto da obra da carne, foi planejado pela carne,
esforço da carne, totalmente natural. Abrão era normal, teve filhos depois
de Isaque, e Agar também era normal. Sara não, era estéril, e Deus esperou
ainda ela ter 90 anos (Abraão 100 anos), para o nascimento de Isaque, ou
seja, além de estéril, Sara havia passado da idade de ter filhos; era obra
do Espírito, o nascimento de Isaque foi totalmente sobrenatural.
Deus muda
o nome de Abrão para Abraão
Gênesis 17:1~8
Deus foi Se revelando aos pouco a Abraão, é o
mesmo que acontece com cada um de nós; Deus vai Se revelando e aprofundando aos
pouco para um filho Seu. Com Abraão veio 1º a promessa, depois um pacto, agora
muda o nome e depois vai Se interpor com um julgamento. Deus mudou o nome de
Abrão porque, numa aliança de sangue, tudo que era de uma pessoa era também da
outra, fossem dívidas ou possessões; até os nomes eram mudados. O que Deus
estava fazendo? A palavra Abrão significa pai elevado; agora pensa, um homem
que não tinha filho, chamar-se pai? Aí Deus vem e muda o nome para Abraão,
colocando dentro de Abrão, Seu próprio nome. Abrão passa a se chamar Abraham;
esse ham vem do nome Jeová em hebraico. Deus introduz Seu nome em Abrão, e no
hebraico, Abraão significa "pai de multidões ou pai de muitas
nações".
Gênesis 17:15~17
- Com Sarai, acontece o mesmo; foi colocado o h
e passou a chamar-se Sarah. O nome de Deus foi introduzido e passou
a ser "princesa ou mãe de nações". E Deus fala que Sarah dará a
luz dali a 1 ano, e ela estava com 90 anos.
Deus dá o
sinal da aliança abraâmica, a circuncisão
- Podemos imaginar a alegria de Abraão quando Ismael
nasceu; era filho mas era quase como um neto ou bisneto. Quando Isaque
nasceu, Ismael tinha 14 anos; Abraão devia amar Ismael profundamente.
Gênesis 17:18~22
- V.18; tem gente que interpreta isso,
achando que Abraão estava pedindo para Deus que Ismael fosse o herdeiro
da promessa; creio que Abraão estava simplesmente preocupado com Ismael.
Deus passa até por cima do assunto e diz:
o
V.19; dá a impressão que Abraão
interrompeu o que Deus estava falando, "... oxalá viva Ismael",
"e Ismael Senhor?" Deus nem deu confiança, continuou o que estava
falando. Muitas vezes Deus faz assim conosco, Ele está nos mostrando, falando
algo, e nós ficamos pensando em outra coisa.
o
V.20;
aí Deus acabou com o assunto e voltou ao que Abraão questionou; de Ismael
descendem os árabes, 12 nações. Há uma promessa para os árabes também.
o
V.21; Deus continua aprofundando-Se em Sua
revelação a Abraão e confirma o pacto em Isaque, o "filho da
promessa". E Deus dá o sinal da aliança, a circuncisão, o sinal da aliança
abraâmica.
- A circuncisão era o sinal de que o pai cria que a
promessa de Deus passava para o filho, de geração em geração.
Gênesis 17:10~14
Deus
estipulou a circuncisão no 8º dia, e todo o macho que nascesse, seria
circuncidado. Era o sinal de que o pai cria que a promessa de Deus era um pacto
contínuo, de geração em geração, por isso era feito no órgão de procriação. O
8º dia é o dia em que a vitamina "k", a vitamina da coagulação, tem o
seu auge no homem, tem o pico mais alto no organismo humano.
Gênesis 17:23~27; a circuncisão é instituída
- Há um símbolo mais profundo na circuncisão; é o
símbolo da extirpação do que é ruim no homem, isso é o que Deus também
queria mostra quando instituiu a circuncisão. Era um símbolo de fé; seu
valor não estava na circuncisão em si, mas na fé. Quando um pai praticava
isso no seu filho e cria que a promessa estava passando a esse filho, cria
que Deus cumpriria a Sua Palavra, aí sim a circuncisão era válida diante
de Deus. A circuncisão somente na carne, não vale para nada.
Jeremias 4:4
- Deus está dizendo que a marca externa não interessa
a Ele; a marca externa de extirpar o que é ruim, tem que estar no
interior, no coração. A verdadeira circuncisão é a do coração.
Deuteronômio 10:16
Deuteronômio 30:6
Romanos 2:17~29
Lembrem-se
do que já falamos; Deus usa as coisas visíveis, materiais, para explicar as
invisíveis, espirituais.
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